segunda-feira, 19 de dezembro de 2011



17.12. (sábado). Visita ao museu Dolores Almedo, Parque Sotimilco e Bosque Natividade.
Conhecemos Rodrigo e Gabriela. Rodrigo: um mineiro que mora na Cidade do México há 3 meses. Gabriela, sua namorada, mora em Floripa e o está visitando há algumas semanas.










O Museu Dolores Almedo é encantador. Trata-se de uma casa de uma promotora cultural, socialite, muito querida pelos artistas mexicanos, sobretudo os da vanguarda. Além de seus objetos pessoais, há exposições de obras de Frida Khalo, Diego Rivera, outros artistas e exposições temporárias. Anda-se por um caminhos de pedras repleto de arvores, flores, aves como patos, marrecos, galinhas da angola. Ouve-se gritos de pássaros. Pavões abrem seus deslumbrantes rabos. Há um canil com muro bem baixinho onde ficam cães Yoloitzcuintli que estão em extinção.
Bucolismo total. A impressão é de estar realmente num quadro de Fidra Kahlo cheio de animais, plantas, sossego, beleza. Lembrei do filme Frida. Em frente a um portão há um busto de Diego Rivera. Pombos pousam sobre sua cabeça. Por um momento penso que Rivera seria muito feliz em morar naquele lugar.
No museu há uma exposição linda sobre a Festa dos mortos. Eles são adorados pelos mexicanos. Entre eles há outra relação com a morte. Como herança indígena acreditam que após a vida encontarão seus entes queridos.
Um dos principais personagens da festa dos mortos é Catrina, uma esqueleta que usa lindos chapéus e vestidos coloridos.
A exposição é linda, alegre, colorida. Narra resumidamente a saga dos povos que formaram o México (pertencia ao México o que hoje conhecemos por Texas, Arizona e Utah e os países Guatemala e Honduras). As caveiras são sempre as protagonistas: pescam, dançam, tocam, são os fazedores de pulque e os que os bebem, são Frida Khalo e outros parentes seus.
Já me sinto adentrando no México e sua cultura.
Até agora estava em cidade grande como qualquer outra do mundo, cheia de pessoas e carros.


Neste museu há muitos quadros de Frida. Lugar comum dizer que eram lindos. Frida não se encaixa em nenhum estilo. É única. Não segue nada, rompe com tudo. É popular e profunda. Daquela profundidade que só ao homem popular é possível. Aquele que se relaciona profundamente com a terra, com a religião, com a natureza, com suas tradições, com as pessoas. Uma Frida com cara de adulta e corpo de bebê que mama na teta de uma negra cujos ganglios estão à mostra, transparentes e do céu caem gotas de leite. A menina-mulher Frida é alimentada pela mãe preta.
Há também vários quadros de Rivera. Entendo um pouco porque as mulheres gostaram tanto de um homem feio (o sapo como ele mesmo se autodenominava) como ele. Apesar de infiel, movido por seus desejos e impulsos sexuais, provavelmente Rivera soube tratar as mulheres como poucos homens o sabem ainda hoje. Vendo seus quadros entendo também que seria difícil não querer ir pra cama com suas modelos após o término das sessões de pintura. Tarefa árdua ser sua esposa.











Parque Xochimilco



Fizemos um churrasco que incluía nopal (palma, um tipo de cactus). Neste lugar se encontraram pela primeira vez Pancho Villa se encontrou Emiliano Zapata. Conta Nuno que Zapata convidou Pancho pra um mezcal e que reza a lenda que foi um dos poucos tragos que Villa tomou na vida.
















O parque é freqüentado pelos moradores da região. La se anda à cavalo, faz-se churrasco e paga-se aos cantadores que apresentam-se sozinhos ou em grupo (com viola, sanfona e contra-baixo) cantando vários ritimos tradicionais. Você fica em uma espécie de quiosque fazendo o churrasco e eles passam perguntando se queremos que eles toquem. As musicas são lindas. Pagamos para um senhor que cantou a bela canção tradicional Paloma negra.





No atracadero... Atravessamos uns canais em lindos barquinhos coloridos. Nesses barquinhos também pode-se contratar os cantadores. Há mtos barquinhos nos canais, eles batem, se congestionam. As pessoas costumam passar horas nesses barquinhos, comemoram festas de aniversário e outras mais. Os passeios podem ser feitos inclusive na madrugada.










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