terça-feira, 27 de dezembro de 2011



24/12 (sexta-feira)
Cancun

De Valladolid fomos de táxi para Cancun. Maíra já havia nos dito que lá não havia nada, que só deveríamos saltar lá para pegar o barco pra Isla Mujeres, mas pensamos que, por ser véspera de natal, talvez pudesse acontecer alguma festa animada. Com o lema “meu cun para Cancun” resolvemos fazer um safári pelo capitalismo selvagem. Pegamos um ônibus para a zona hoteleira da cidade. Ficamos assustadas em meio à selva de vidro e concreto e resolvemos não descer do ônibus. Realmente era bastante arriscado. Gigantescas e exageradas construções com milhares de olhos florescente e nomes que mesclavam francês e inglês, como Melià Stars, nos miravam e diziam: venham e terão poder, venham e serão respeitados, venham e serão bonitos, venham e serão importantes. Algumas delas tentavam imitar paternons gregos. Alguns bares tocavam os hits poperons do momento. Hollywood Planet, Hard Rock Café, Coco não sei mais o que, lojas de jóias, shoppings centers...
Nesta parte do México o apharteid reina. Lembro da musica Latinoamérica de Calle 13. “Tu no puedes comprar la lluvia, tu no puedes compar el calor...” Aqui não é México. Cadê o México que tava aqui? Terra artificial feita pra gringo. Não descemos do ônibus, não entramos nas lojas, restaurantes ou bares deste lugar, mas tenho certeza que não são os Mexicanos que trabalham nesses lugares. Não é a estética hegemônica. Não são bonitos aos olhos dos empresários.

Volvemos. Saindo da zona hoteleira e estávamos novamente em meio aos nativos de Cancun. Estamos no México. Viva México! Dizia Eisenstein.
Vimos um parque de diversões e resolvemos descer. Ceiamos batatas fritas e salsicha e tiramos fotos com Papai Noel e as renas. Encontramos um bar com jazz e um garçom charmoso. Tomamos cerveja, comemos uma tábua de frios, conversamos e demos bastante risada de nossa experiência etnográfica-antropológica. Feliz Natal! Feliz Navidad México!


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